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APRESENTAÇÃO

     O I CONGRESSO INTERNACIONAL DE PESQUISADORES DA CAPOEIRA irá reunir pesquisadores de capoeira de todas as regiões do Brasil, além de convidados internacionais, para debaterem sobre temas diversos que vêm sendo foco de seus estudos, com o objetivo de qualificar e difundir o debate em torno da produção de conhecimentos sobre a capoeira.

     O Congresso integra as atividades do Fórum Internacional 20 de Novembro e do VI Fórum Pró-Igualdade Racial e Inclusão Social do Recôncavo, promovidos pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros do Recôncavo da Bahia (NEAB), pela Pró-Reitoria de Políticas Afirmativas e Assuntos Estudantis (PROPAAE) e a Pró-Reitoria de Extensão (PROEXT) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, a serem realizados nos campi de Cruz das Almas e Cachoeira, no período de 18 a 24 de novembro de 2013.

     O Congresso irá homenagear o pesquisador Frederico José de Abreu, os mestres Felipe de Santo Amaro e Jair Moura.

    Considerado por muitos um dos maiores estudiosos da capoeira, Frede Abreu era o presidente deste congresso e se despediu desse plano no dia 11/07/2013. Fundador do Instituto Jair Moura, Frede organizou um acervo com mais de 40 mil títulos e deixou como legado os livros Bimba é Bamba: capoeira no ringue (1999); O Barracão do Mestre Waldemar (2003); Capoeiras: Bahia, século XIX - imaginário e documentação (2005); Macaco Beleza e o Massacre do Tabuão (2011); e serão lançados, durante o Congresso, as obras inéditas: “Improviso de Pastinha” e “Como eu Penso? Despeitados?” (2013). 

      Mestre Felipe, de Santo Amaro, é atualmente o mais antigo mestre em atividade do Recôncavo Baiano, exímio cantador da capoeira e grande artesão, herdeiro da linhagem do Mestre Popó e guardião de saberes ancestrais.

Jair Moura, pesquisador e praticante da capoeira, dirigiu o filme Dança de Guerra (1968) e escreveu os livros Capoeira a luta regional Baiana (1979), Capoeiragem Arte e Malandragem (1980) e A Capoeira no Rio de Janeiro através dos séculos (2010), tendo convivido com a velha guarda da capoeiragem baiana, como Mestre Tiburcinho, Noronha, Totonho de Maré, Traira, Cobrinha Verde, Pastinha, entre outros.

A programação contará com mesas redondas, mostra de filmes, rodas de capoeira, samba de roda e outras apresentações artísticas e musicais.

    Os primeiros encontros que reuniram pesquisadores de capoeira aconteceram no início da década de 1980, na cidade do Rio de Janeiro, quando o universo de pesquisas sobre a capoeira era ainda bem pequeno.

      A capoeira, registrada como patrimônio imaterial brasileiro em 2008 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), encontra-se hoje presente em mais de 150 países no mundo, sendo uma das principais referências e difusoras da cultura afro-brasileira.

   Nas últimas décadas, vem sendo crescente o interesse pela capoeira como tema de estudos na academia, sendo muitos desses pesquisadores capoeiristas que vêm buscando fazer a ponte entre os saberes populares e acadêmicos. Esses estudos envolvem diversas áreas do conhecimento, como a Educação, Dança, Sociologia, Antropologia, História, Educação Física, Música, Artes Cênicas, dentre outras. A capoeira apresenta-se ainda como um campo rico para estudos multidisciplinares, tendência que vem ganhando corpo no universo da academia, uma vez que a natureza abrangente dessa expressão cultural contribui para superar a fragmentação do saber.

   Considerando-se que o conhecimento é um bem público, faz-se importante a realização de encontros como este para socializar, difundir e qualificar esses estudos, com a participação dos mestres e membros da comunidade da capoeira em geral, fortalecendo seu potencial transformador para a sociedade. 

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